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Pesquisa divulgada em Mongaguá erra na conta matemática e expõe um cenário de vale-tudo na eleição


Duas pesquisas, dois resultados totalmente diferentes. Mongaguá, que amanhã elege democraticamente quem vai comandar a cidade pelos próximos três anos e meio, acordou hoje mais triste. E preocupada! Preocupada? Sim, mas disto a gente fala um pouquinho mais à frente, ainda nesse texto.

 

Indo direto ao ponto. O instituto Badra, com larga atuação na região da Baixada Santista, divulgou ontem o resultado de sua última pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura de Mongaguá. De acordo com o levantamento, Cristina Wiazowski, do Partido Progressistas, tem 64,4% da preferência, contra 24,6% de Rodrigo Casa Branca, do União Brasil. Exatos 7,1% dos entrevistados responderam que não vão votar, votarão branco ou nulo, enquanto 3,8% afirmaram ainda estar indecisos. A Badra ouviu 1.060 eleitores, nos dias 4 e 5 de junho, em diferentes pontos de fluxo da cidade. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

2 + 2 = 5!

 

Já o instituto C.F. da Silva/Target, um velho conhecido da Justiça Eleitoral com dezenas de processos de impugnação, não divulgou publicamente o resultado de seu levantamento. A única publicação – até o fechamento deste texto – está nas redes sociais de um dos candidatos à Prefeitura, no caso, Rodrigo Casa Branca. Pela pesquisa, Cristina Wiazowski tem 42,8% das intenções de voto, contra 48,3% de Casa Branca. E 4,3% dos entrevistados afirmaram que vão votar branco ou nulo. Segundo a divulgação, a C.F. da Silva/Target ouviu 381 eleitores (isso mesmo, só 381 eleitores), no dia 4 de junho. Contrariando o que determina a Lei Eleitoral, a publicação não informa nem a margem de erro e nem o intervalo de confiança da pesquisa.

 

O leitor mais atento, e o eleitor também, gostando ou não de matemática, vai perceber que a pesquisa do instituto C.F. Santos/Target não totaliza 100%, ou seja, a conta não fecha. A soma é de 95,4%, o que chama muito a atenção. Mais do que isso, o registro da pesquisa na Justiça Eleitoral determinou que a divulgação só poderia ocorrer a partir de hoje, dia 7. No entanto, antes da meia-noite, Casa Branca já havia publicado o resultado em seu Instagram, contrariando a Lei e demonstrando ter obtido o resultado de modo privilegiado, ainda que não apareça como contratante do levantamento.

 

FRAUDE

A estratégia, não há a menor sombra de dúvida, visa confundir o eleitor na véspera do pleito. E nem tem como ser diferente, tamanha a discrepância de números entre um e outro resultado. “A questão é que muitas vezes candidatos e institutos apostam que a eleição termina no dia da votação, não se importando com os desdobramentos e multas que podem ser atribuídos mesmo depois de terminado o pleito”, destaca Maurício Juvenal, jornalista e analista de dados do Instituto Badra, braço de pesquisa do Portal BS9.

 

À parte a questão legal, argumenta o especialista, tem também a questão moral. “Ora, na segunda-feira, na verdade já na noite de domingo, os candidatos terão que olhar no olho do eleitor, no olho de suas famílias. Inevitavelmente um deles terá que admitir que se utilizou de estratégia mentirosa para tentar vencer a eleição. Ou seja, que tentou enganar as pessoas. Há algo no mundo mais reprovável do que isso?”. Inevitavelmente, diz ele, “será o fim de uma carreira política, pois sempre será lembrado como alguém que mentiu para o eleitor. O próprio BS9, pelo compromisso que tem com a sociedade, não permitirá que isso caia no esquecimento”.

 

PREOCUPAÇÃO

Na opinião de Juvenal, o mais importante agora é que as autoridades se mantenham atentas ao fato de que quando a eleição ganha um status de vale-tudo, todo o cuidado é pouco. “A torcida é para que o pleito ocorra com toda a tranquilidade e segurança. É isso que o eleitor deseja, ou seja, poder escolher e votar com tranquilidade. Daí a importância que a Justiça Eleitoral redobre a atenção quanto a possíveis esquemas de compra de votos ou pressão e ameaças pelo voto, bem como a Polícia Militar garanta a paz nas ruas. Eleição é festa e não guerra”, finaliza.

 





Fonte: BS9

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