Psycho Circus (1998) foi idealizado — e vendido ao público — como o álbum que iria sacramentar o retorno triunfal da formação clássica do Kiss, com o guitarrista Ace Frehley e o baterista Peter Criss se unindo novamente aos chefes Paul Stanley (voz e guitarra) e Gene Simmons (voz e baixo) em estúdio pela primeira vez desde Dynasty(1979).
Uma turnê de reunião, que rolou entre 1996 e 1997, foi um sucesso. As expectativas pelo novo disco estavam altas.
No entanto, o produto final não saiu bem assim. Mais gente esteve envolvida, incluindo músicos contratados e até um ex-integrante cuja participação, a princípio, não estava nos planos.
Trata-se de Bruce Kulick, guitarrista que entrou em 1984 e permaneceu na banda por 12 anos, até ser demitido para a volta de Frehley. Na prática, porém, ele acabou tendo participação direta em Psycho Circus, apesar de o grupo ter tentado omitir essa informação.
Kulick contou à Guitar Player que o ambiente interno era uma bagunça na época. Por isso, foi readmitido por Gene Simmons por baixo dos panos para ajudar nas gravações:
“Foi um orgulho porque eu sabia que não era como se eu tivesse sido demitido. Eles tentaram retomar com os quatro integrantes originais, mas foi bom e irônico que eu pudesse me envolver com eles de novo com tanta naturalidade.”
Hoje é sabido que Bruce Kulick e outros músicos contratados — Tommy Thayer (guitarra) e Kevin Valentine (bateria), além de Shelly Berg (piano) — tocaram no disco. As contribuições de Kulick, especificamente, foram:
- Guitarra solo nas músicas “Within” e “Raise Your Glasses”;
- Baixo nas músicas “Psycho Circus”, “Raise Your Glasses” e “I Finally Found My Way”;
- Todas as guitarras e baixos da música “Dreamin'”.
A respeito do instrumento grave, ele declarou:
“Toquei baixo em algumas das músicas do Paul. Eu estava animado por estar lá. Eles me pagaram bem. Até alugaram alguns equipamentos que eu tinha porque estavam procurando por certos tipos de som.”
Kiss e “a volta de quem não foi”
Sob o marketing de um trabalho de “volta” da formação original, Psycho Circus vendeu bastante, chegando ao terceiro lugar na Billboard 200 e garantindo certificação de disco de ouro ao Kiss. A qualidade, todavia, ficou aquém do esperado.
Bruce Kulick afirma que Ace Frehley e Peter Criss praticamente não se envolveram com o álbum e deixaram a maior parte do trabalho nas costas dos velhos colegas. Criss tocou apenas em uma música, “Into the Void”, enquanto todo o restante de seu trabalho foi executado por Kevin Valentine. Frehley, por sua vez, tocou na mesma faixa e em “You Wanted the Best” — nas demais, Kulick e Tommy Thayer se revezam, com predominância deste último, que viria a entrar para o grupo na década seguinte.
O que era para ser um grande disco de reunião se tornou uma espécie de “a volta de quem não foi”. Bruce reflete:
“Eu nunca vi Ace ou Peter [nas gravações]. Eram apenas Gene e Paul. Então foi um momento interessante. Fiquei obviamente lisonjeado por poder ajudar. De qualquer forma, não foi o “disco mágico”, mas é mais um disco de ouro para eu ter na parede.”
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Fonte: rollingstone.com.br