O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, defendeu a entrega de cargos ocupados por seu partido no governo e afirmou que o União Brasil não estará com o presidente Lula (PT) nas eleições de 2026. ACM Neto disse ainda ser favorável a uma candidatura própria para rivalizar com o petista.
“Com o passar do tempo e com a aproximação da eleição de 2026, não faz sentido ocupar cargos no governo, tendo em vista que nós não estaremos na aliança do PT e da provável candidatura à reeleição do presidente Lula”, afirmou ACM Neto em entrevista concedida ao jornal O Globo, nesta terça-feira (27).
“Não faz sentido você ocupar cargos no governo se o seu projeto político é oposto a esse. Isso vai ficar claro na medida em que houver a formalização da federação. Se houver uma deliberação formal da federação de não ter cargos no governo, a consequência natural é que os membros da federação desocupem as posições”, completou.
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ACM Neto também disse ser contrário à neutralidade. Para o vice-presidente do União, o partido deve “afirmar a postura de oposição ao projeto do PT e o desejo de construir uma candidatura alternativa para 2026.”
Questionado sobre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é do União e tem cargos no governo Lula, ACM Neto disse que Alcolumbre tem o “dever de dialogar com o governo.”
“Não há nenhuma necessidade de a federação trazer qualquer constrangimento ao Davi e vice-versa. São coisas completamente distintas”, continuou.
ACM Neto admite possibilidade de alianças regionais com o PT
Apesar do desejo de rivalizar com Lula em 2026, ACM Neto admite a possibilidade de alianças regionais com o PT.
“Não creio que seja a expectativa de ninguém obrigar os estados a seguirem necessariamente uma diretriz nacional. Preferencialmente, sim. Obrigatoriamente, não. A depender de qual seja a equação, é preciso respeitar”, afirmou.
Presidente do União disse que partido não abre mão de ter candidato em 2026
As declarações de ACM Neto corroboram com uma fala anterior do presidente do partido, Antônio Rueda, que afirmou que a federação com o PP, chamada de União Progressista, não abrirá mão de ter um candidato nas eleições de 2026. Segundo Rueda, o candidato poderá estar na cabeça da chapa ou ser incluído como vice.
Rueda deu a declaração ao lado do líder da bancada na Câmara, o deputado Pedro Lucas (MA), que recentemente negou um convite do presidente Lula (PT) para assumir o Ministério das Comunicações, no lugar de Juscelino Filho, que deixou o cargo após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas.
Dois dias antes da declaração, Rueda teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília.
De acordo com Rueda, o fato de os dois partidos (União Brasil e PP) estarem no governo não significa que comungam “com o que o governo faz”.
Fonte: Revista Oeste
