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Há menos racismo, machismo e preconceito no metal, segundo Max Cavalera


Precursor e ícone do metal extremo no Brasil, Max Cavalera declarou que o estilo musical “é a coisa mais positiva do mundo“. A fala chamou atenção pelo contraste com a estética habitual do gênero, comumente associada à violência e agressividade.

Ex-Sepultura e líder de bandas como Soulfly, Cavalera Conspiracy, Go Ahead and Die e Killer Be Killed, o músico elaborou seu comentário em entrevista ao programa de rádio Prescription Punk Rock (via Blabbermouth). Na ocasião, o artista ressaltou os aspectos inclusivos do metal.

Segundo ele, o estilo faz com que o fã, sobretudo os mais jovens, experimente uma sensação de pertencimento:

“O metal é a coisa mais positiva do mundo, mas eu sei que ele tem uma imagem negativa. Eu entendo. Mas, uma vez que você está dentro do metal, ele te torna uma ótima pessoa. Eu acho que no metal — pelo menos espero — há menos racismo, menos sexismo, menos preconceito e mais amizade. Há mais vínculos. Até porque você faz parte de algo fora da sociedade, eu acho isso legal. É algo único. Você faz parte de algo especial. Você se sente muito orgulhoso de fazer parte de algo único assim. E eu acho isso legal.”

Max Cavalera em 2024 – Foto: Per Ole Hagen / Redferns

Para ilustrar seu argumento, Max acrescentou um exemplo prático dessa comunhão tão habitual na cena metal:

“Quando você está no aeroporto e vê outro cara usando uma camiseta de heavy metal, você pensa: ‘Ah, p#rra, é isso aí. Como vai, cara?’. Temos que fazer isso. É o nosso código… Tem gente que mesmo sem me reconhecer, eu digo: ‘E aí, cara? Que camiseta maneira’. Muitas vezes, claro, eles dizem: ‘Ah, é o Max, cara. Podemos tirar uma foto?’ e isso e aquilo. Mas outras vezes o cara provavelmente nem sabe quem eu sou, e eu só dou crédito a ele por estar usando uma camiseta do Celtic Frost. Eu digo: ‘É isso aí, cara. Camiseta maneira’.”

Andreas Kisser concorda com Max Cavalera

Como é sabido, Max Cavalera deixou o Sepultura em 1997 de forma conturbada e não mantém uma relação amistosa com Andreas Kisser, que passou a liderar a banda a partir de então. Apesar das desavenças e de trocarem farpas pela imprensa de forma recorrente, Max e Andreas compartilham opinião exatamente igual nesse assunto.

Em entrevista recente ao g1, o guitarrista também abordou o tema e demonstrou pensar da mesma forma. Conforme transcrição da Rolling Stone Brasil, ele declarou:

“Heavy metal é isso, liberdade. É inclusão, democracia. O Rob Halford, vocalista do Judas Priest, é homossexual. Quando ele assumiu sua sexualidade, você não viu fã de heavy metal queimando disco, fazendo boicote, cancelando. Você não viu nada disso. O vocalista do Life of Agony (Keith/Mina Caputo), que mudou de gênero, está lá fazendo show, com seu público. Você não tem uma questão: ‘Isso aqui está errado ou certo’. Há o respeito pela liberdade e escolha de cada um.”

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Fonte: rollingstone.com.br

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