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O caráter social da música do Black Sabbath, segundo Tom Morello


Nem sempre há uma discussão social em torno do heavy metal, exceto no caso de artistas e bandas do gênero que falam abertamente sobre o tema — e, vale destacar, não são muitos. Mas esse tipo de som pesado nasceu justamente de pessoas que estavam preocupadas — ou melhor, de saco cheio — com o que acontecia em suas épocas de juventude.

Citado como o grande pioneiro do metal, o Black Sabbath ajudou, junto de outras bandas, a desidratar o movimento hippie do fim dos anos 1960. O conceito “paz e amor” é nobre, mas Ozzy Osbourne (voz), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), todos vindos de famílias operárias da Inglaterra, acreditavam que essa turma se preocupava demais com alguns assuntos e “de menos” com outros — que, para eles, também eram importantes.

Em 1992, ao documentário Don’t Blame Me Osbourne (via site Igor Miranda), Ozzy explicou melhor o raciocínio:

“Na minha família, éramos eu e outros cinco filhos morando em uma casa de dois quartos. Meu pai trabalhava à noite; minha mãe, de dia. Não tínhamos dinheiro, nunca tivemos carro, raramente tirávamos férias. Daí, ouvimos falar: ‘se você vai a San Francisco, use uma flor no cabelo’ (citação à música ‘San Francisco’, de Scott McKenzie). E pensávamos: ‘o que diabos é San Francisco e que coisa de flor é essa… eu não tenho nem sapato nos meus pés.”

Tom Morello enxerga isso muito bem. O guitarrista do Rage Against the Machine, uma das bandas mais politizadas da seara da música pesada, refletiu ao The Guardian sobre o grande diferencial do Sabbath. Fã declarado, ele está atuando como diretor do show de despedida do grupo, no festival Back to the Beginning, marcado para acontecer em Birmingham no dia 5 de julho.

De forma breve, mas cirúrgica, Morello afirma:

“Black Sabbath é o som de uma classe trabalhadora sem esperança cravando uma estaca no coração da geração ‘flower power’.”

“Flower power”, diga-se, é um slogan justamente utilizado pelos hippies visando a não-violência. Tanto eles quanto o Sabbath protestavam, por exemplo, contra a Guerra do Vietnã, mas de jeitos bem distintos — basta ouvir “War Pigs”, música de Ozzy e companhia, para entender.

Tom Morello – Foto: Srdjan Stevanovic / Getty Images

Show de despedida com megafestival

O vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward subirão ao palco juntos pela última vez em um festival beneficente, com uma série de artistas e bandas de metal. Veja abaixo a lista de atrações:

  • Black Sabbath
  • Ozzy Osbourne (solo)
  • Metallica
  • Guns N’ Roses
  • Tool
  • Slayer
  • Pantera
  • Gojira
  • Alice in Chains
  • Halestorm
  • Lamb of God
  • Anthrax
  • Mastodon
  • Rival Sons

Convidados adicionais:

  • Billy Corgan (Smashing Pumpkins)
  • David Draiman (Disturbed)
  • Duff McKagan
  • Fred Durst (Limp Bizkit)
  • Lzzy Hale
  • Jake E. Lee
  • Jonathan Davis (Korn)
  • K.K. Downing
  • Mike Bordin (Faith No More)
  • Papa V Perpetua (Ghost)
  • Rudy Sarzo
  • Sammy Hagar
  • Slash
  • Sleep Token II (Sleep Token)
  • Tom Morello
  • Wolfgang Van Halen
A formação original do Black Sabbath em 2011 - Foto: Chelsea Lauren / WireImage
A formação original do Black Sabbath em 2011 – Foto: Chelsea Lauren / WireImage

O adeus ao Black Sabbath

Todos os integrantes originais do Black Sabbath se manifestaram, nos últimos meses, de forma favorável à realização de um último show da banda. O vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e até o baterista



Fonte: rollingstone.com.br

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