O senador Magno Malta (PL-ES) visitou na última segunda-feira, 28, o ex-deputado federal Daniel Silveira, detido em uma colônia agrícola no Rio de Janeiro. A visita foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais contra Silveira no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista ao Jornal da Oeste desta quarta-feira, 30, Malta detalhou o encontro, que durou cerca de cinco horas, e criticou o “ativismo judicial” praticado pelos ministros da Suprema Corte no caso de Silveira e no tratamento aos presos pelos atos de 8 de janeiro.
Segundo o senador, Silveira se encontra “psicologicamente muito forte” e mantém a esperança de obter progressão de regime a partir de agosto. “Ele está estudando, lendo muito, o que ajuda a remir pena”, relatou.

Apesar disso, Malta ironizou o papel do STF e insinuou que a lei não vale igualmente para todos. “Embora o dono do Brasil tenha afirmado que ele não tem direito à progressão de regime (…) se os códigos ainda estão em vigor, ele terá essa progressão.”
Silveira teria se emocionado ao falar sobre os presos do 8 de janeiro. “Ele se abate e chega a chorar por injustiça”, disse Malta, que classificou a atual situação institucional como gravíssima. “Diferente das outras vezes que estive com ele, saí de lá mais fortificado.”
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Ao comentar o Projeto de Lei da Anistia, Malta criticou o presidente da Câmara, Hugo Motta, e sua contraparte do Senado, Davi Alcolumbre, além de citar com indignação encontros entre parlamentares e ministros do Supremo.
“Depois de um jantar na casa de Moraes, ele [Motta] já era outra pessoa, já falava outras coisas e dizia que esta pauta não era de interesse do país”, lamentou, ao comparar o parlamentar ao escorpião da fábula que trai o sapo depois de ser ajudado a atravessar o rio: “É o instinto.”
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Segundo Malta, Motta estaria “sofrendo chantagem” e teria se dobrado depois de ataques levantados contra sua família. “Não estou fazendo juízo de valor sobre o comportamento do pai dele, mas aquilo foi para dar uma lição”, considera.
Malta também criticou o presidente do Senado. “O Brasil está sofrendo e a culpa é do Senado, só o Senado pode parar com esse ativismo judicial”, disse. Para o senador, qualquer tentativa do STF de interferir na pauta da anistia é ilegítima. “Estamos pedindo anistia para quem não cometeu o crime, não é redução de pena.”
O senador ainda anunciou que participará da manifestação marcada para o dia 7 de maio, com concentração na Torre de TV, em Brasília. A expectativa, segundo ele, é pressionar o Congresso a votar a anistia. “Vamos descer a Esplanada de forma ordeira”, disse. “Depois do dia 7, quero sugerir ao presidente Bolsonaro e ao Malafaia que haja manifestações em todos os Estados.”
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Fonte: Agência Brasil