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‘A antiga Emmanuelle está morta’, afirma diretora de nova versão do clássico erótico


Quem for ao cinema assistir ao novo Emmanuelle, que está em cartaz no 1º Festival de Cinema Europeu Imovision, esperando por uma experiência que remeta ao clássico de 1974, pode sair frustrado. “A antiga Emmanuelle está morta“, afirmou a diretora Audrey Diwan em conversa com CineBuzz, parceiro de Rolling Stone Brasil, sobre a novidade.

Assim como no clássico erótico, protagonizado por Sylvia Kristel, o novo Emmanuelle é inspirado no livro homônimo de Emmanuelle Arsan, que conta a história de uma mulher em uma jornada de descoberta sexual.

No filme, Emmanuelle, vivida por Noémie Merlant, de Retrato de uma Jovem em Chamas (2019) e Tár (2022), procura por um prazer perdido. Ela voa sozinha para Hong Kong para uma viagem profissional e, neste sensual mundo urbano, multiplica experiências ao encontrar um homem misterioso.

Pela segunda vez no Brasil — há primeira foi há quinze anos —, Audrey falou sobre as suas expectativas pela recepção dos brasileiros com sua a reinterpretação do clássico erótico. “Quando se fala sobre sexualidade, eu sei que cada território e cada cultura vão reagir de maneira diferente, mas eu não consigo prever qual vai ser a reação”, afirmou.

No entanto, ela destacou uma surpresa positiva: “Tenho que dizer que, pelas conversas que tive hoje, talvez eu esteja em um dos países que mais entenda o que eu quis fazer.” Essa conexão, segundo ela, é sempre surpreendente e provoca reflexões sobre a cultura do país. “É ótimo quando isso acontece.

‘A antiga Emmanuelle está morta’, afirma diretora da nova versão do clássico erótico (Divulgação/Imovision)

Relação entre a sua versão e o antigo Emmanuelle

Audrey reconhece que a antiga versão de Emmanuelle é muito conhecida no Brasil, graças às exibições nas madrugadas do Cine Privé, e revela que o reconhecimento também aconteçe na França.

No entanto, ela afirma com franqueza: “Honestamente, eu nunca vi o Emmanuelle antigo. Só os primeiros 17 minutos.” Por isso, a diretora não baseou sua abordagem na obra anterior e nem se sentiu influenciada por ela, também não sabendo como os fãs da icônica sessão erótica da TV aberta poderão reagir:

“Não posso tentar prever como as pessoas vão reagir em relação ao filme antigo, porque eu não conheço o filme antigo”, justificou.

Nascimento do projeto

O projeto de Emmanuelle começou quando os produtores entregaram o livro para Audrey. A princípio, ela recusou: “Disse: ‘Obrigada, é um livro engraçado, mas não vou fazer um filme sobre isso.’

Meses depois, a imagem de uma mulher com o prazer quebrado surgiu em sua mente: “Essa mulher ficou na minha cabeça.” Foi nesse momento que ela decidiu seguir a jornada dessa personagem e voltou a falar com o produtor: “Ainda é possível? Porque acabei de ver essa mulher e estou interessada nela.

'A antiga Emmanuelle está morta', afirma diretora da nova versão do clássico erótico (Divulgação/Imovision)
‘A antiga Emmanuelle está morta’, afirma diretora da nova versão do clássico erótico (Divulgação/Imovision)

Adaptação do livro

Embora o filme tenha origem no livro de Emmanuelle Arsan, a cineasta francesa revela que quase não utilizou o material original: “Mantive pouquíssimas coisas.” Para ela, o mais importante foi a inspiração conceitual: “O livro me inspirou porque abriu perguntas.

Audrey menciona uma longa conversa entre a personagem Emmanuelle e um homem mais velho sobre o que é erotismo, uma questão que ficou com ela: “Podemos usar o erotismo como uma linguagem hoje em dia? Ainda é uma linguagem que interessa às pessoas?” E complementa: “Erotismo não é só sobre cenas de sexo. É algo que você tenta definir por meio da atmosfera do filme inteiro.

Audrey cita como exemplo o filme Amor à Flor da Pele, de Wong Kar Wai: “Mesmo sem mostrar corpos nus, mesmo sem sexualidade, são apenas pessoas se esbarrando em corredores. Isso é erotismo.

'A antiga Emmanuelle está morta', afirma diretora da nova versão do clássic



Fonte: rollingstone.com.br

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