Nesta terça-feira, 22, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teve uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que ambos “estão do mesmo lado em todas as questões”.
A discussão abordou temas como comércio e o programa nuclear do Irã, sendo descrita por Trump como “muito boa”. A conversa não incluiu Gaza ou os 59 reféns na lista de tópicos discutidos, uma questão crítica nas negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas.
“I’ve just spoken to Prime Minister of Israel, Bibi @Netanyahu, relative to numerous subjects including Trade, Iran, etc. The call went very well—We are on the same side of every issue.” –President Donald J. Trump 🇺🇸🇮🇱 pic.twitter.com/jFLd8Rp8sc
— The White House (@WhiteHouse) April 22, 2025
Netanyahu repostou a publicação de Trump, agradecendo-o publicamente com a mensagem: “Obrigado, Presidente Trump!”. Segundo a imprensa, um dos temas discutidos foi a liberação de reféns, com a administração Trump pressionando por um avanço, enquanto Israel adota uma postura cautelosa para evitar acordos que possam encerrar a guerra sem garantias sólidas.
Essa ligação foi a primeira comunicação pública entre os dois líderes desde que Netanyahu foi convocado às pressas a Washington para uma reunião na Casa Branca duas semanas atrás.
Com Trump, Netanyahu pretendia falar sobre tarifas

Inicialmente, Netanyahu pretendia discutir tarifas, mas ao chegar, foi informado sobre a decisão dos Estados Unidos de retomar negociações nucleares com o Irã. Netanyahu afirmou que Israel não se opõe a conversas visando ao desmantelamento completo do programa nuclear iraniano.
No entanto, a administração Trump mostrou disposição em aceitar que o Irã mantenha suas instalações nucleares, desde que respeite limites rigorosos de enriquecimento de urânio, em linha com o acordo de 2015 durante o governo Obama.
Na semana passada, o New York Times relatou que Trump bloqueou um plano israelense para realizar ataques conjuntos a instalações nucleares iranianas, optando por buscar soluções diplomáticas.
A ligação ocorreu durante uma reunião do gabinete de segurança israelense, convocada por Netanyahu. Apenas metade dos ministros convidados compareceu, e Netanyahu precisou se ausentar por um período significativo para atender à ligação com Trump.
Pressão por avanços nas negociações de reféns


Antes desse evento, familiares de reféns mantidos em Gaza realizaram uma coletiva de imprensa em Tel Aviv, pedindo ao governo que avance nas negociações e lembrando ao público a importância de não esquecer seus entes queridos durante as celebrações do Dia da Independência de Israel.
Lishay Miran Lavi, mulher do refém Omri Miran, expressou desconforto com a ideia de celebrar a independência em meio à situação atual. Já Yotam Cohen, irmão do soldado capturado Nimrod Cohen, afirmou que celebrar o Dia da Memória e o Dia da Independência sem o retorno dos capturados é “um pecado contra os valores do estado e a herança de Israel”.
Depois da ligação, a Casa Branca informou que Trump visitará a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos de 13 a 16 de maio. O itinerário não inclui uma parada em Israel, mas Trump mencionou que outras paradas podem ser adicionadas. Esta será sua primeira viagem à região durante seu segundo mandato.
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Fonte: Revista Oeste