Campeão mundial com a seleção francesa em 1998, sendo o autor do último gol da final com o Brasil, o ex-meio-campista Emmanuel Petit voltou a esquentar a rivalidade entre franceses e argentinos durante uma entrevista ao podcast Rothen’s enflamme. Questionado sobre o goleiro Emiliano “Dibu” Martínez, do Aston Villa e da seleção albiceleste, Petit sugeriu que o jogador procurasse um psiquiatra para reavaliar sua postura e aprendesse a se controlar emocionalmete.
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“Emiliano Martínez disse recentemente que não ultrapassa limites. Ele precisa fazer psicoterapia, consultar um psiquiatra porque não temos a mesma definição do que são limites. Francamente, esse homem deveria aprender a se controlar emocionalmente”, iniciou dizendo.
“Não deve ser desrespeitoso, nem deve ser agressivo. Parece que em cada jogo esperamos algo fora dos limites deles. Ele é um goleiro muito bom, mas por onde passa deixa uma imagem provocativa de seu comportamento. Já foi longe demais. É o suficiente. Sou o primeiro a aceitar que a provocação faz parte do futebol e da vida em geral, mas não deve se transformar constantemente em difamação”, completou.
Desde a conquista do tricampeonato argentino, a animosidade entre os lados cresceu, com o marco inicial sendo as reações ao título da alviceleste após um jogo que ficou para a história.
Logo na sequência da disputa de pênaltis, Dibu roubou a cena. Destaque da final, ele comemorou o prêmio de Melhor Goleiro da Copa do Mundo levando o troféu a seu órgão genital.
Emiliano Martinez pedindo 1 minuto de silêncio pelo Mbappé pic.twitter.com/jX6iJiew4G
— PL DA DEPRESSÃO (@pldadepressao_) December 18, 2022
Nos vestiários, o arqueiro puxou a música “um minuto de silêncio, para o Mbappé que está morto” e, já em Buenos Aires, Dibu voltou a debochar da seleção francesa. Durante a comemoração em carros na capital argentina, o arqueiro apareceu segurando um boneco de bebê com o rosto do atacante. Em resposta, ilustrando a ira dos provocados, o ex-zagueiro Adil Rami, campeão do mundo em 2018, atacou o argentino em suas redes sociais: “O maior filho da p… do futebol mundial. O homem mais odiado”.
O DIBU MARTÍNEZ PROVOCANDO K MBAPPÉ KKKKKKKKKKK pic.twitter.com/TJb7pyUaNI
— PAI SOLTARAM (@paisoltaram) December 20, 2022
A situação passou a extrapolar o pós-Mundial quando a temporada europeia retornou, no início de 2023. À época jogador do Paris Saint-Germain, o astro Lionel Messi passou a receber mais vaias da torcida do clube. A situação incomodou a imprensa argentina, como é o caso do Olé, que aqueceu a rivalidade para o duelo na Olimpíada de Paris. “A final da Copa do Mundo do Catar, os problemas de Messi com os torcedores franceses…”, escreveu o diário.
Racismo e transfobia na seleção argentina
Como se não bastassem as polêmicas por provocações saudáveis, os argentinos extrapolaram a linha do respeito. Durante a comemoração do título da Copa América de 2024 sobre a Colômbia, os jogadores da tricampeã mundial puxaram um cântico racista e transfóbico contra franceses.
“Eles jogam pela França
mas são de Angola
que bom que eles vão correr
se relacionam com transexuais
a mãe deles é nigeriana
o pai deles cambojano
mas no passaporte: francês” , diz a canção.

A música já havia se destacado negativamente durante a Copa do Mundo de 2022, entoada por torcedores, e causou mais repercussão após os atletas aderirem. Depois do vazamento por meio da live de Enzo Fernández, protestos aconteceram. Atletas de ascendência africana criticaram a atitude dos argentino e argentinos, como Rodrigo De Paul e Alexis Mac Allister, saíram em defesa de Enzo, que se desculpou.
A situação ultrapassou os gramados e causou a demissão de um subsecretário argentino que condenou o racismo. Além da rusga no Governo Milei, a canção preconceituosa também teve o poder de estremecer a relação diplomática entre os Estados nacionais.
Hostilidade a argentinos nos Jogos Olímpicos
Semanas depois, a seleção argentina sub-23 – com os campeões do mundo Julián Álvarez, Nicolás Otamendi e Gerómino Rulli de excedentes – viajou a França para disputar os Jogos Olímpicos. Como resposta à postura preconceituosa após a Copa América, a delegação argentina vivenciou hostilidade, com direito ao hino argentino vaiado em algumas disputas.
No reencontro, pelas quartas de final da competição, a partida vencida por 1 a 0 pela França em Bordeaux foi marcada por confusão. Logo após o apito final, jogadores de ambas as seleções se desentenderam enquanto os franceses comemoravam o triunfo.
Os atletas trocaram empurrões e discutiram até mesmo já nos túneis que davam acesso aos vestiários.
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Fonte: Agência Brasil