A secretária de Segurança Pública de Santos, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, solicitou a instauração de inquérito policial contra o vereador Allison Sales (PL) por supostos crimes de violação de sigilo funcional, perseguição, violência psicológica e difamação. A denúncia tem como base publicações feitas pelo parlamentar em redes sociais, nas quais ele questiona o uso de um veículo oficial por parte da secretária.
Segundo Raquel, o vereador teria divulgado informações sigilosas sobre uma viatura descaracterizada utilizada por ela em compromissos profissionais entre Santos e São Paulo. O veículo, de placas GHIOF83, seria utilizado devido às ameaças de morte que a secretária recebeu em função de seu cargo.
Uso de sistema restrito levanta suspeitas
A secretária afirma que Sales teria tido acesso indevido ao sistema Muralha Paulista, uma base de dados restrita às forças de segurança, para monitorar os deslocamentos da viatura. “O vídeo publicado nas redes sociais mostra imagens dos locais por onde o carro passou e reproduz diversas telas do sistema restrito”, denunciou Raquel.
Ela solicita que a polícia oficialize o órgão responsável pela gestão do sistema para identificar quem acessou os dados do veículo, alegando que a exposição das informações coloca em risco a segurança de agentes públicos.
Raquel nega irregularidade e fala em exposição indevida
Em resposta às acusações do vereador, Raquel publicou um esclarecimento nas redes sociais no último dia 7, no qual nega o uso indevido do veículo oficial e reforça que todos os deslocamentos estavam relacionados a atividades da secretaria. Ela acusa Sales de induzir a população ao erro, criando uma falsa impressão de ilegalidade e gerando riscos à sua integridade física.
“Além de expor a placa, o modelo e a cor da viatura, o vereador sugere, sem provas, a prática de peculato e improbidade administrativa”, afirma a secretária.
Vereador rebate e promete nova investigação
Por sua vez, o vereador Allison Sales afirma que apenas cumpriu seu papel fiscalizador. Segundo ele, as denúncias partiram de munícipes e servidores públicos, que relataram o uso irregular do veículo em diferentes cidades do Estado e em períodos não justificados por agenda pública.
Sales também tentou convocar Raquel para prestar esclarecimentos na Câmara de Santos, mas o requerimento foi rejeitado. Em nova publicação online, ele questionou: “Será essa a resposta da secretária aos problemas de segurança enfrentados pela nossa cidade?”
O parlamentar nega ter desrespeitado Raquel e afirma que seguirá com o caso. “Pretendo pedir a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara e, se necessário, encaminhar tudo ao Ministério Público”, declarou.
A situação ainda está em apuração e pode desdobrar-se em esfera judicial, caso o inquérito policial seja instaurado conforme solicitado pela secretária.
Fonte: Diário do Litoral