Quer garantir o acesso permanente a uma música ou um álbum? Compre, seja em mídia física ou arquivo de download pago. Plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music e afins têm um catálogo imenso — a primeira citada conta com mais de 50 milhões de faixas, por exemplo —, mas uma simples mudança em acordos com gravadora, editora ou artista pode fazer com que discos saiam do ar, temporária ou definitivamente.
A lista a seguir compila uma série de bons álbuns de rock e metal lançados por bandas conhecidas que não podem ser ouvidos através do Spotify. Alguns deles nunca estiveram no catálogo da maior plataforma de streaming de música global; já outros, permaneceram disponíveis por algum tempo até serem retirados, sabe-se lá por qual razão. Todos estão disponíveis de alguma forma no YouTube, mas por meio da iniciativa de fãs.
Confira!
7 bons discos de rock e metal que não estão no Spotify
Judas Priest — Jugulator (1997)
Este é o caso mais emblemático da lista, pois já foi comentado publicamente por mais de uma parte envolvida e segue sem solução. Os dois álbuns gravados pelo Judas Priest, um dos maiores nomes da história do heavy metal, com o vocalista Tim “Ripper” Owens, integrante entre 1996 e 2003, não constam no Spotify ou em qualquer outra plataforma, tampouco em formatos físicos. São eles: Jugulator (1997), o melhor, e Demolition (2001). Ambos trazem uma faceta mais pesada do grupo, que havia se reencontrado em Painkiller (1990) ao explorar influências do thrash/speed metal.
Em entrevista a Mitch Lafon, o baixista e único membro fundador remanescente, Ian Hill, disse que “deve ser por algo contratual com a gravadora atual (Sony) e quem quer que tenha os direitos”. Ripper insiste que tentam apagar sua história com o grupo e disse, em entrevista a Marcelo Vieira para o site Igor Miranda, que Hill está mentindo, pois ambos os trabalhos estão presentes no box 50 Heavy Metal Years of Music (2021).
Badlands — Badlands (1989)
No fim dos anos 1980, um supergrupo de hard rock uniu o guitarrista Jake E. Lee (Ozzy Osbourne), o vocalista Ray Gillen (Black Sabbath) e o baterista Eric Singer (Black Sabbath, futuramente Kiss e Alice Cooper). O Badlands, infelizmente, não conseguiu o sucesso almejado com os dois álbuns produzidos enquanto o projeto existiu — a excelente estreia homônima de 1989 e o também ótimo Voodoo Highway (1991) —, mas ainda assim é estranho não ter esse material à disposição no streaming. O fato de Gillen ter falecido em 1993 e Lee ser um tanto recluso, definitivamente, não ajuda em eventuais negociações.
Curiosamente, o terceiro e último álbum do grupo, Dusk (1998), pode ser ouvido na plataforma. O registro compila demos que dariam origem a um disco antes de a banda se dissolver em meio a brigas entre Ray e Jake. Chegou a público por outra gravadora, Pony Canyon, em vez da Atlantic Records, o que pode justificar sua presença.
Stone Temple Pilots with Chester Bennington — High Rise (2013)
Ok, esse não chega a ser um álbum, mas um EP. Ainda assim, vale o registro. No início dos anos 2010, os instrumentistas do gigante grunge Stone Temple Pilots trouxeram Chester Bennington, vocalista do Linkin Park, para substituir o recém-demitido Scott Weiland. A parceria rendeu o EP High Rise, com cinco faixas que exploravam, em especial, um lado diferente da voz de Bennignton, aqui despido de seus famosos gritos para focar em linhas mais melódicas. O material atingiu a 21ª colocação na parada americana e rendeu boas críticas, mas por alguma razão foi tirado do streaming há anos, sem retorno.
Jim Capaldi — Fierce Heart (1983)
A longa discografia solo de Jim Capaldi, falecido baterista e membro do Rock and Roll Hall of Fame que tocou com Traffic, Jimi Hendrix, Eric Clapton, George Harrison e vários outros, inclui uma série de trabalhos relativamente experimentais. Um deles, Fierce Heart (1983), não está disponível no Spotify — e por incrível que pareça, está entre seus discos mais conhecidos. Neste registro, há forte presença de uso de sintetizadores e colaboração de Steve Winwood, ex-parceiro de Traffic, na maior parte das faixas. Um de seus singles, “That’s Love”, ganhou videoclipe e chegou à 28ª posição da parada americana.
Tesla — The Great Radio Controversy (1989)
Qual o sentido de manter fora do Spotify o álbum mais famoso de uma banda, responsável por vender mais de 2 milhões de cópias nos Estados Unidos? Ninguém sabe. Toda a discografia do Tesla, grupo de hard rock formado na Califórnia, mas longe dos excessos de Los Angeles, pode ser acessada pelo Spotify, exceto The Great Radio Controversy (1989). O segundo trabalho da banda traz músicas como “Heaven’s Trail (No Way Out)”, “Hang Tough”, “The Way It Is” e, especialmente, “Love Song”, seu maior hit, responsável por chegar ao 10º lugar da parada americana e único compacto do quinteto a obter certificação de ouro, pelas 500 mil unidades comercializadas.
The Scream — Let It Scream (1991)
O álbum que colocou o vocalista e guitarrista John Corabi no Mötley Crüe deve ter alguma qualidade, não é mesmo? E tem, bastante. Let It Scream, único disco do projeto, também uniu os habilidosos Bruce Bouillet (guitarra) e Juan Alderete (baixo), recém-saídos do Racer X, além de Walt Woodward III (Shark Island), que por acaso ocupou a vaga deixada por… Scott Travis, vinculado posteriormente ao Judas Priest e creditado pelos álbuns citados no item 1 desta lista. Guiado pela voz rasgada de Corabi, o grupo explora blues, country e até instrumentos de sopro sob uma estética ainda pesada. Já esteve no Spotify, mas saiu há anos sem previsão de retorno.
Steve Gaines — One in the Sun (1988)
Steve Gaines foi um dos três integrantes do Lynyrd Skynyrd mortos no acidente de avião sofrido pela banda em 1977. Com o grupo de southern rock, ele gravou em estúdio apenas Street Survivors (1977), mas anos antes já se destacava em uma carreira solo que, ao menos durante seus 28 anos de vida, não rendeu um disco. Em 1988, a gravadora MCA disponibilizou uma série de registros feitos por ele em 1975, ao lado de uma banda chamada Crawdad, sob o título One in the Sun. O resultado é formidável: une blues, southern rock e um forte e emotivo senso de composição. Só não dá para depender do Spotify para escutar, visto que o registro encontra-se indisponível há um bom tempo.
+++ LEIA MAIS: A banda brasileira de rock que ajudou estudantes a tirar notas altas no Enem
+++ LEIA MAIS: Os melhores discos de rock de 2024 segundo crítico da Rolling Stone Brasil
+++ LEIA MAIS: A melhor música do Black Sabbath com Ozzy, segundo Ronnie James Dio
+++ Siga a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Siga o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram
Fonte: rollingstone.com.br