Acontece neste fim de semana, em São Paulo, o Bangers Open Air. Dedicado à música pesada, o festival tomará o Memorial da América Latina, em São Paulo, entre sexta-feira, 2, e domingo, 4.
A programação reúne ao todo 50 bandas de várias regiões do planeta e diversos subgêneros do heavy metal: do power ao death metal, do glam ao gótico. A lista a seguir cita cinco atrações que prometem se destacar, mas vale a dica para quem vai: chegue cedo, entre na vibe e assista ao máximo de bandas que conseguir, até mesmo àquelas que não te agradaram numa audição inicial em casa.
5 shows imperdíveis no Bangers Open Air 2025
Glenn Hughes
- Dia: sexta-feira, 2 de maio
- Horário: 20h35 – 21h55
- Palco: Hot Stage
Existe uma razão pela qual o Brasil é o quarto país onde Glenn Hughes mais se apresentou em carreira solo, com mais de 40 shows desde sua primeira visita em 1998: o público nacional adora o vocalista e baixista, consagrado por seus trabalhos com Deep Purple, Trapeze, Black Sabbath, Black Country Communion e mais.
Também existe uma razão pela qual Hughes agrada tanto: seu show é incrível. Aos 73 anos, o artista inglês ainda canta uma barbaridade e não perde o groove no instrumento de quatro cordas.
Para a apresentação no Bangers Open Air, o músico deve focar, talvez pela última vez em um tempo, na sua trajetória com o Deep Purple. Há anos ele excursiona com um repertório que rememora especialmente o álbum Burn (1974) e a expectativa é que o show responsável por encerrar o primeiro dia de festival represente o encerramento deste ciclo, visto que ele deve lançar um álbum solo em breve e embarcar numa turnê que, ao menos no Brasil, é anunciada como sua despedida — algo ainda não comentado pelo próprio. Retorna em novembro, para performances solo que abordarão outros momentos de sua carreira.
Ou seja: para quem gosta de discos como Stormbringer (1974), Come Taste the Band (1975) e o supracitado Burn, o show no Bangers é imperdível. Espere por clássicos como “Burn”, “Mistreated”, “Stormbringer” e até mesmo “Highway Star”, gravada antes de sua chegada à banda, mas sempre executada de modo impecável pelo gigante.
H.E.A.T
- Dia: sábado, 3 de maio
- Horário: 13h – 14h
- Palco: Hot Stage
Uma das poucas atrações a ter se apresentado no festival quando ele ainda se chamava Summer Breeze Brasil é, como Glenn Hughes, representante do hard rock. Todavia, é um tipo diferente: com presença marcante de teclados, ganchos melódicos radiofônicos e uma estética bastante orientada ao que se ouvia (e via) na década de 1980.
Quando tocou no evento em 2023, o H.E.A.T surpreendeu muita gente que parecia não conhecê-los. Tocou no início da tarde — como fará neste ano — e conseguiu reunir em ótimo volume um público que, impressionado, aplaudia a cada uma das 11 músicas executadas. Kenny Leckremo, vocalista, deitou (literalmente) e rolou no palco, aproveitando cada pedacinho dele. Entregou tudo e saiu pingando de suor.
Não se espera menos do que isso na apresentação de sábado, 3, com o adicional de que, muito provavelmente, mais gente os conhece desta vez. Além de canções envolventes como “Living on the Run”, “Emergency” e “Dangerous Ground”, o grupo também deve tocar músicas de Welcome to the Future (2025), seu oitavo e mais recente álbum, lançado no último dia 25.
Saxon
- Dia: sábado, 3 de maio
- Horário: 17h40 – 18h40
- Palco: Hot Stage
Tal qual Glenn Hughes, o Saxon esteve no Brasil em novembro de 2023. Estariam ainda antes, em abril daquele ano, para tocar no Monsters of Rock, mas tiveram de cancelar porque um de seus guitarristas, Paul Quinn, decidiu se afastar das atividades na estrada. Trouxeram outra lenda para o lugar — Brian Tatler, que fez carreira com o Diamond Head — e, especificamente em São Paulo, lotaram o Tokio Marine Hall, casa com capacidade para 4 mil fãs, com o mais puro heavy metal de padrão inglês.

O grupo capitaneado pelo vocalista Biff Byford volta sem o status de headliner que talvez merecesse em outros tempos — Sabaton e Powerwolf, nomes fortes do power metal contemporâneo, são as atrações principais do sábado, 3 —, mas certamente fará um show de atração gigante. Não só pela qualidade da performance em si, como também pela promessa de um repertório especial que celebra os 45 anos de Wheels of Steel, um de seus álbuns mais cultuados.
Kerry King
- Dia: domingo, 4 de maio
- Horário: 16h25 – 17h25
- Palco: Ice Stage
Enfim a hipocrisia: colocaram Kerry King, que por décadas usou muito fogo nos palcos com o Slayer, para tocar no “palco de gelo” (Ice Stage). Talvez o intuito seja fazer derreter tudo, inclusive os miolos dos fãs brasileiros que esperam vê-lo com seu grupo solo, tendo o vocalista Mark Osegueda (Death Angel) e o baterista Paul Bostaph, parceiro de King em sua ex (e reformada) banda, como destaques na formação.

Kerry, que esteve no Brasil há algumas semanas e concedeu uma longa entrevista para a Rolling Stone Brasil, focará seu repertório em From Hell I Rise, primeiro e até agora único álbum solo, de sonoridade tipicamente thrash metal. Mas deve haver espaço para pelo menos alguma música do Slayer — “Raining Blood”, “Black Magic” e “Disciple” são as apostas mais seguras — e um tributo ao Iron Maiden na era Paul Di’Anno, com “Killers” ou “Purgatory”.
W.A.S.P.
- Dia: domingo, 4 de maio
- Horário: 18h50 – 20h05
- Palco: Ice Stage
Em quatro décadas de carreira, esta será apenas a quarta visita do W.A.S.P. ao nosso país — e segunda com o baterista brasileiro Aquiles Priester (ex-Angra). Apesar de controvérsias como acusações de uso de playback e a recente exposição de bandeiras em apoio a Donald Trump durante um show em Nova York, o grupo capitaneado pelo vocalista e guitarrista Blackie Lawless deve agradar quem gosta de uma boa mescla entre hard rock e heavy metal com o tempero oitentista.
O motivo é simples: o forte catálogo de músicas. Embora não vá tocar o seu álbum de estreia de 1984 na íntegra por aqui — como tem feito em boa parte da atual turnê —, a banda certamente incluirá canções desse disco, a exemplo de “I Wanna Be Somebody” e “L.O.V.E. Machine”. De outros trabalhos, clássicos como “Wild Child”, “Blind in Texas” e o cover de “The Real Me” (The Who) devem ser cantados a plenos pulmões por quem parar para assisti-los, assim como os já tradicionais medleys de faixas do conceitual The Crimson Idol (1992).
Bônus: Black Pantera
- Dia: domingo, 4 de maio
- Horário: 12h – 12h50
- Palco: Sun Stage
Achou que não teria Brasil nessa lista, né? O Black Pantera foi escalado para abrir o Sun Stage, um dos palcos paralelos, no terceiro e último dia de Bangers. Por um lado, mereciam um espaço mais valorizado no lineup. Por outro há de se entender a estratégia: fazer um monte de gente chegar cedo para assistir ao trio formado por Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Pancho (bateria), cuja popularidade só aumenta após tantos shows em grandes festivais.

Seu hardcore com tempero thrash — não necessariamente resultando em crossover thrash — e groove característico traz mensagem antirracista sem tom de palestrinha. A expectativa é que o repertório seja ancorado em especial no álbum mais recente, Perpétuo (2024), sonoramente mais diverso que os antecessores. Promessa de apresentação poderosa e, acredite, divertida.
+++ LEIA MAIS: Kerry King fala à RS sobre show no Brasil, carreira solo, Slayer e mais
+++ LEIA MAIS: Um papo com H.E.A.T, banda de hard rock que pode surpreender — de novo — no Bangers
+++ LEIA MAIS: Doro Pesch fala à RS sobre show no Brasil, tributo a Lemmy e memórias com o Kiss
+++ Siga a Rolling Stone Brasil @rollingstonebrasil no Instagram
+++ Siga o jornalista Igor Miranda @igormirandasite no Instagram
Fonte: rollingstone.com.br