Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest, divulgada na terça-feira (16) indica que a proposta de anistia gera divergências entre os eleitores brasileiros. De acordo com o levantamento, 41% dos entrevistados se manifestaram contra a ideia de conceder anistia, enquanto 36% são favoráveis a uma medida, inclusive que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outros 10% apoiam a anistia apenas para os manifestantes envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023. O restante dos entrevistados, 13%, não souberam ou preferiram não responder. Este é o primeiro levantamento sobre o tema desde que Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em uma suposta trama golpista.
A pesquisa foi realizada de 12 a 14 de setembro, e entrevistou 2.004 pessoas com 16 anos ou mais. Com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e tem um nível de confiança de 95%.
A rejeição à anistia é mais acentuada entre eleitores que se identificam com a esquerda não lulista, com 73% dos entrevistados nessa faixa defendendo a não concessão da medida. Por outro lado, 58% dos eleitores que se consideram lulistas, ou seja, aqueles que apoiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também se opõem à anistia.
Já o apoio à proposta que inclua Bolsonaro é mais expressivo entre seus apoiadores. Entre os bolsonaristas, 62% se manifestam favoráveis à anistia, o que se aproxima do apoio de 61% entre a direita não bolsonarista.
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Proposta de anistia que pode beneficiar Bolsonaro avança no Congresso
A proposta de anistia vem sendo defendida por aliados de Bolsonaro, que pretendem garantir o perdão judicial para o ex-presidente, outros envolvidos na ação penal e para aqueles que participaram dos atos do 8 de janeiro. A medida tem sido uma das principais bandeiras da oposição, principalmente após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pelo STF.
Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, afirmou que houve um acordo para que a urgência do projeto de anistia fosse colocada em votação nesta quarta-feira (17). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem defendido a urgência para o tema, mas o conteúdo da proposta pode ser alterado, dependendo das articulações e negociações no plenário.
No Senado, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), defende uma abordagem mais moderada, que preveja a revisão e redução das penas para os envolvidos nos atos de janeiro de 2023. Alcolumbre sugere que a medida beneficie apenas os manifestantes, sem se estender a figuras políticas como Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e aliados da oposição pressionam por uma “anistia ampla, geral e irrestrita”, que perdoaria integralmente todos os envolvidos, incluindo o próprio ex-presidente. Luciano Zucco declarou que o apoio à anistia cresceu devido à pressão popular, sendo uma questão central no Congresso para os aliados de Bolsonaro.
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Fonte: Revista Oeste