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10 covers inesquecíveis de Black Sabbath e Ozzy Osbourne


Ao ajudar a introduzir o Black Sabbath no Rock and Roll Hall of Fame, o baterista do Metallica, Lars Ulrich, refletiu: “Em qualquer dia, o gênero heavy metal poderia muito bem ser subtitulado como ‘música derivada do Black Sabbath’”. Mas o alcance da influência do Sabbath e de Ozzy Osbourne vai muito além, ecoando em versões cover de suas músicas reinterpretadas como soul, pop rock sueco e metal industrial. Aqui estão 10 das melhores e mais surpreendentes versões de canções originalmente cantadas pelo Príncipe das Trevas.

Gibby Haynes do Butthole Surfers – Frans Schellekens/Redferns

A música “Sweat Loaf”, da banda texana Butthole Surfers, lançada em 1987, é quase um cover de “Sweet Leaf”, do Black Sabbath — mas só quase. O guitarrista Paul Leary transforma o riff original em algo mais agudo e nervoso, enquanto os bateristas King Coffey e Thersa Taylor socam os tambores com força, e o vocalista Gibby Haynes ignora completamente a letra original para gritar… algo estranho, enterrado na névoa sonora caótica. Ainda assim, a melodia relativamente pegajosa torna a faixa o “porta de entrada” ideal para o som psicodélico e barulhento dos Surfers — uma sonoridade que, nos círculos do rock alternativo dos anos 1980, foi quase tão influente quanto o Sabbath foi para o metal. Como Haynes diz na icônica introdução falada: “Aliás, se você vir sua mãe neste fim de semana, não esquece de dizer a ela… SATANÁS! SATANÁS! SATANÁS!!!!” – Joe Gross

Sir Mix-A-Lot – Raymond Boyd/Getty Images

Anos antes de o Public Enemy se juntar ao Anthrax, Sir Mix-A-Lot colaborou com a barulhenta banda Metal Church, também de Seattle, em seu álbum de estreia Swass, de 1988, numa releitura rap-rock de “Iron Man”, clássico eterno do Black Sabbath. O Bumpasaurus traz os temas sci-fi da canção de volta à realidade das ruas — “Tenho cicatrizes de infância e as ruas são minha vida / As garotas riam, agora imploram pra ser a esposa do Mix-A-Lot” — mas o riff pesado e marcante de Tony Iommi permanece praticamente intacto. “‘King Of Rock’, do Run-D.M.C., foi um marco, mas eu queria fazer algo mais pesado, coisa de metal. Eu amo heavy metal, som pesado de verdade,” disse Mix ao Onion A.V. Club. “Eu sou o cara que você vê no Ozzfest”. – Christopher R Weingarten

Al Jourgensen da banda Ministry e Trent Reznor do Nine Inch Nails – Jim Steinfeldt/Michael Ochs Archives/Getty Images; Larry Busacca/WireImage

1000 Homo DJs, ‘Supernaut’

1990

Se tem uma coisa que Al Jourgensen, dos ícones do rock industrial Ministry, gostava tanto quanto festejar, era criar projetos paralelos com nomes esquisitos. Um desses projetos rendeu algumas faixas matadoras — e nenhuma mais poderosa que a versão deles para “Supernaut”, clássico do Vol. 4 do Sabbath. Bateria estrondosa, samples e solos de guitarra distorcidos deixam tudo ainda mais explosivo. Jourgensen acabou assumindo os vocais da versão oficial, mas por questões de gravadora, a gravação com Trent Reznor, do Nine Inch Nails, ficou engavetada por anos. As duas versões continuam sendo hinos certeiros para qualquer pista gótica.

Lemmy Kilmister do Motorhead – Jeff Hahne/Getty Images

1992

Entre os fãs de metal, é bem sabido que Lemmy, vocalista do Motörhead, e Ozzy Osbourne eram grandes amigos. Em uma edição do SXSW em 2001, Sharon Osbourne comentou que os dois — ambos aficionados por história — adoravam passar horas assistindo a documentários sobre a Segunda Guerra Mundial juntos, na casa dos Osbourne. Essa música foi composta por eles em parceria com o guitarrista de Ozzy, Zakk Wylde. A versão de Ozzy (lançada no álbum No More Tears, de 1991) é daquelas pra erguer o punho no ar, mas o registro do Motörhead, lançado em 1992, soa ainda mais pesado — com o baixo de Lemmy balançando como uma bola de demolição. Não por acaso, a faixa entrou para a trilha sonora de Hellraiser III: Hell on Earth.

Dimebag Darrell do Pantera – Martyn Goodacre/Getty Images

Pantera, ‘Planet Caravan’

1994

Quando o álbum Far Beyond Driven, do Pantera, foi lançado em 1994, ele se tornou o disco mais pesado a alcançar o primeiro lugar nas paradas até então. Os Cowboys From Hell, como eram conhecidos, eram fãs declarados do Masters of Reality — tanto que gravaram versões poderosas de “Electric Funeral” e “Hole In the Sky” do Black Sabbath em momentos diferentes da carreira. Porém, Driven termina com uma versão de “Planet Caravan”, de 1970, tocada com violão acústico e congas — uma viagem psicodélica envolta em uma aura sombria, que remete tanto às raízes hippies do Sabbath quanto ao grunge unplugged da época. O baixista do Pantera, Rex Brown, aponta a primeira tomada apaixonada do guitarrista Dimebag Darrell como seu solo de guitarra favorito da banda.

Nina Persson do Cardigans – Martyn Goodacre/Getty Images

The Cardigans, ‘Sabbath Bloody Sabbath’

1994

Saindo de Jönköping, na Suécia, no início dos anos 90, o Cardigans era uma banda encantadora de indie pop que surpreendeu com o hit fofo e dançante “Lovefool”. No papel, eles estavam a mil léguas do Black Sabbath. Na verdade, os membros principais da banda começaram tocando heavy metal e prestaram uma homenagem ao grupo fundador do gênero com sua versão lounge-pop cheia de carinho para “Sabbath Bloody Sabbath”, no álbum de estreia Emmerdale, de 1994. Dois anos depois, mostraram o quanto amavam Ozzy ao fazerem “Iron Man” em seu álbum de destaque First Band on the Moon, o mesmo disco que trazia “Lovefool”.

Metallica – Niels van Iperen/Getty Images

Metallica, ‘Sabra Cadabra’

1998

Quando a banda de metal mais famosa que já existiu lançou um álbum de covers em 1998, não resistiu a prestar uma homenagem aos caras que começaram tudo. O vocalista James Hetfield sempre adorou o riff da faixa do álbum de 1973, e a banda tocou a música no estilo enxuto e groove que adotaram no final dos anos 90, ainda adicionando um pouco da outra faixa clássica do Sabbath Bloody Sabbath, “A National Acrobat”. Ao introduzir o Sabbath no Rock and Roll Hall of Fame em 2006, James Hetfield lembrou quando descobriu a banda, ainda tímido, aos nove anos. “Aqueles riffs monstruosos viviam dentro de mim e expressavam sentimentos que eu nunca conseguia colocar em palavras, enviando arrepios de inspiração — aquelas letras sombrias, os acordes rebeldes. Eles ajudaram a quebrar a casca na qual eu estava preso.” – C.W.

Serj Tankian do System of a Down – Carlos Tischler/Getty Images

System of a Down, ‘Snowblind’

2000

A faixa sinuosa e marcada pelo uso de cocaína do álbum Vol. 4 de 1972 sempre foi uma favorita, já tendo sido regravada por Converge e Jason Molina. Mas a versão mais inesperada é a do System of a Down, que transforma os choques elétricos intensos da original em uma queima lenta e quase irreconhecível. A interpretação seca e quase assustadora de Serj funciona tão bem porque soa como um lunático que, durante uma farra que o mantém acordado há dias, desabafa silenciosamente. Essa abordagem fora do comum aparentemente conquistou Ozzy e companhia: eles pediram para o SOAD tocar essa versão antes deles em um show de abertura em Birmingham. — Julyssa Lopez

Charles Bradley – Larry Hulst/Michael Ochs Archives/Getty Images

Charles Bradley, ‘Changes’

2016

A balada ao piano “Changes” é um momento marcante de vulnerabilidade em meio à densidade sufocante de faixas como “Snowblind” e “Supernaut” no álbum Vol. 4 de 1972. É o tipo de música que deixa uma marca emocional profunda, como mostrou o cantor soul de Brooklyn Charles Bradley ao regravá-la em seu terceiro álbum, Changes. Bradley estava na casa dos sessenta e poucos anos, era fã do som clássico da Stax Records, com um estilo que lembrava Otis Redding, e entregou uma interpretação profunda e intensa de “Changes”, transformando uma canção sobre abandono amoroso em uma homenagem à sua mãe falecida. — J.D.

T-Pain – Jamie McCarthy/Getty Images

T-Pain, ‘War Pigs’

2023

O estrondoso hino anti-guerra do Black Sabbath de 1970 é uma das músicas mais queridas da banda — já foi regravada por artistas como Judas Priest, Faith No More, Gov’t Mule e muitos outros. Mas a magia acontece de verdade quando a música vai de Ozzy balançando o cabelo no palco da Paris dos anos 1970 até o cantor e rapper T-Pain se apresentando ao vivo em um clube de West Hollywood em 2023. É tão bom que, na verdade, o próprio Príncipe das Trevas chamou essa versão de “a melhor cover de ‘War Pigs’ de todos os tempos”. — Charisma Madarang

Este artigo foi originalmente publicado pela Rolling Stone EUA, pelos colaboradores Jon Dolan, Joe Gross, Julyssa Lopez, Charisma Madarang e Christopher R. Weingarten, no dia 23 de julho de 2025, e pode ser conferido aqui.



Fonte: rollingstone.com.br

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