Após reunir mais de dois milhões de pessoas na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, Lady Gaga foi celebrada pelo carinho e pelo espetáculo marcante que ela fez no Brasil no último sábado, 3.
Apesar da multidão, muita gente não conseguiu acompanhar a apresentação —ou gostou tanto que ficou com vontade de assistir ao show mais uma vez. A passagem da cantora pelo país seria reprisada nesta sexta-feira, 9, no canal de TV por assinatura Multishow e na plataforma de streaming Globoplay. No entanto, a exibição precisou ser adiada. Uma nova data será divulgada em breve.
Análise: Lady Gaga declara o seu amor ao Brasil e faz o mundo de testemunha
Abaixo, texto de Henrique Nascimento para a Rolling Stone Brasil
Quase 15 anos se passaram desde que Lady Gaga veio ao Brasil pela primeira vez. Há oito, quando faria o seu tão aguardado retorno, a cantora cancelou a sua apresentação no Rock in Rio — originando o infame “Brazil, I’m devastated” — e se retirou dos palcos para tratar da sua saúde.
Após muita espera, na noite do último sábado, dia 3 de maio, Gaga renasceu em sua melhor forma nas areias de Copacabana e, com humildade, desculpou-se com os seus fãs brasileiros, que a aguardaram ansiosamente por todo esse tempo, presenteando-os com um show que não vai deixar as suas memórias nunca mais.
Diferentemente de Madonna, que deu o start não-oficial no projeto Todo Mundo no Rio celebrando os seus 40 anos de carreira com uma retrospectiva de seus maiores hits, Gaga não se importou em agradar a multidão de quase 2,1 milhões de pessoas na areia, apenas em parte formada por seus little monsters, e apresentou The Art of Personal Chaos, o espetáculo com ares teatrais lançado no festival californiano Coachella, no início de abril.
A Arte do Caos Pessoal, como pode ser traduzido o título da obra, é dividida em cinco atos e abarca, principalmente, os álbuns The Fame (2008), The Fame Monster (2009), Born This Way (2001) e Mayhem, lançado em março deste ano. Então, quem foi à praia esperando hits como “Just Dance”, “Telephone”, “You and I”, “Applause”, “Rain On Me”, “911”, “Perfect Illusion” e tantos outros sucessos, saiu decepcionado.
A conversa era com cada um dos seus little monsters brasileiros que, desde a chegada da cantora ao país, montaram acampamento em frente ao Copacabana Palace, dia e noite, sob o sol quente, ora reproduzindo looks icônicos da cantora, percorrendo toda a discografia de Gaga a plenos pulmões, com a esperança de ter ao menos um vislumbre da Mother Monster da janela de seu quarto no icônico hotel.
Ela não os recompensou com aparições rasas, nem nada disso, mas com uma declaração pública de amor: “O povo do Brasil é a razão pela qual eu posso brilhar. Hoje vocês estão tão vibrantes e lindos quanto o sol e a lua surgindo sobre o oceano, bem aqui na praia de Copacabana”, afirmou a artista, em meio a lágrimas, após performar um dos maiores sucessos de sua carreira, “Paparazzi”.
“Hoje eu vou dar tudo de mim. Vamos fazer deste o maior show que já fizemos juntos. Vamos fazer com que cada segundo de espera tenha valido à pena. Eu amei vocês há 10 anos e eu amo vocês esta noite. Obrigada, Brasil. Amo vocês para sempre!”, completou.
Foi bom ouvir, mas não precisava ser dito: Gaga estava visivelmente extasiada e, principalmente, grata pela paixão de seus fãs. Além de apresentar números de tirar o fôlego — como em “Poker Face”, em que joga um xadrez gigante contra uma versão antiga sua —, a artista trazia homenagens ao Brasil, com figurinos com as cores da bandeira brasileira e, durante a divertida e apaixonante “How Bad Do U Want Me”, com os seus bailarinos todos vestidos com a bandeira da Seleção Brasileira.
Gaga também fazia questão de deixar claro o quanto estava feliz por poder retornar e ainda ser abraçada pelos little monsters brasileiros, como se apenas dias tivessem passado desde a sua última vinda: “Da última vez que estive aqui, nós nos tornamos amigos. Agora, nós somos família”, decretou antes de iniciar “Shallow”, da trilha sonora de Nasce Uma Estrela(2018).
Próximo ao fim do show, em “Vanish Into You”, um dos destaques de Mayhem, Gaga revelou aos fãs que, durante a sua estadia, acompanhou todas as suas tentativas de chamar a sua atenção, inclusive cantando as suas músicas, e frisou que a canção era dedicada especialmente a esses little monsters. “Agora sou eu quem vai cantar para vocês”, brincou.
Durante a apresentação, ela ainda apanhou uma bandeira do movimento LGBTQIAPN+ — que ela já havia homenageado mais cedo, ao som de “Born This Way”, considerado um hino para a comunidade — e desfilou pelo palco antes de descer e cumprimentar os fãs, que se espremiam nas grades com a esperança de chegar um pouco mais perto de Gaga.
A cantora finalizou o show com um de seus maiores sucessos, “Bad Romance”, do álbum The Fame Monster (2009), mas o encerramento mesmo veio com a ajuda dos fãs. Ao final da música, Gaga sentou na extremidade do palco, rodeada por seus dançarinos e, emocionada, assistiu aos little monsters cantarem a canção de volta para ela. Aos poucos, a artista se juntou ao coro, em uma reprise improvisada, e mais uma vez se declarou, antes de deixar o palco pela última vez: “Eu amo você, Brasil”.
Especial de Lady Gaga na Rolling Stone Brasil
Para celebrar a segunda vinda de Lady Gaga ao Brasil, a Rolling Stone Brasil preparou um especial impresso sobre a Mother Monster, que traz um dossiê sobre a carreira da artista, uma viagem por seus trabalhos como atriz, discografia comentada, manifesto sobre a nova era e muito mais! Para adquirir, é só acessar o site da Loja Perfil.
+++LEIA MAIS: O problema que estragou o show de Lady Gaga no Rio para muitos, segundo jornal
Fonte: rollingstone.com.br
